Projeto em Teresópolis tirou partido das palmeiras imperiais gigantescas que já estavam no terreno, de mais de 3 mil m²
Um casal na faixa dos 45 anos, com um casal de filhos adolescentes, resolveu trocar a casa de praia que a família tinha em Angra dos Reis por esta residência de campo monumental, encravada no topo de uma montanha. Com 825m² de área construída, a nova propriedade de fim de semana foi projetada do zero pelos arquitetos Bernardo Gaudie-Ley e Tânia Braida, do escritório Beta Arquitetura, sobre um terreno de 3.210m², localizado dentro de um condomínio fechado na região serrana do Rio de Janeiro, entre Teresópolis e Friburgo.
A casa foi implantada em T, sendo um lado destinado à área social e o outro à área íntima. Além de permitir que os hóspedes fiquem mais à vontade, este formato foi também uma solução encontrada para preservar as três palmeiras imperiais enormes existentes no terreno, que foram incorporadas ao projeto, no centro desta divisão. A partir daí, o escritório propôs uma arquitetura moderna e limpa sustentada por uma estrutura metálica aparente e mesclou madeira nogueira e pedras naturais com grandes “panos” de vidro transparente para integrar a casa com a natureza ao redor, interferindo o menos possível na paisagem.
Na decoração, de estilo contemporâneo e moderno, é tudo novo. Segundo os arquitetos, a presença da madeira num tom mais escuro (nogueira) em alguns móveis e no acabamento das marcenarias e do couro marrom no pufe e nas poltronas da sala ajudaram a reforçar o mood serrano. Para não pesar visualmente, eles usaram cores claras no estofamento dos sofás e das cadeiras de jantar, nos tapetes e no piso de porcelanato com formato grande, no padrão cimento queimado. Já as cores mais vivas aparecem pontualmente nas almofadas e nas obras de arte.
A sala de jantar delimitada por painéis de nogueira que revestem paredes e teto, criando um efeito de caixa.
Projetada em L, a piscina começa com uma raia olímpica ao longo da fachada da casa voltada para o jardim e acaba dentro da sala, onde foi instalado um spa de água quente. “A pessoa já sai do spa enrolada em uma toalha quentinha direto para a sauna”, brinca o arquiteto Bernardo.
“A pedido do cliente, que ama cozinhar e compartilhar esses momentos com os amigos, integramos a sala com a cozinha e também instalamos nela uma churrasqueira. Para estimular ainda mais o convívio, instalamos a mesa de bilhar bem em frente à bancada em ilha”, explica a arquiteta Tânia.
A suíte master do casal, no segundo pavimento, projetada em balanço para fora da fachada do segundo pavimento, parecendo flutuar sobre a paisagem externa.
Curiosidade: Como a casa não tem muros, ela se integra totalmente à vegetação da serra e seus jardins recebem com frequência a visita de pavões e bichos da fauna nativa.
“Nosso maior desafio neste trabalho foi orientar o projeto a partir da vegetação existente, inclusive tirando o máximo de partido dela. No final, apenas uma palmeira imperial precisou ser removida para viabilizar a construção do lavabo”, finaliza a arquiteta Tânia.
Arquitetura: Beta Arquitetura – @betaarquitetura
Co-produção visual: Rodolfo Consoli – @rodolfoconsoli.arq
Projeto de paisagismo: Paisagista Júlio Sousa – @studiojuliosousa