O Istituto Europeo di Design Rio de Janeiro propõe intercâmbio na Amazônia, possibilitando que os estudantes se conectem com a cultura local e criem projetos autênticos
O relacionamento da indústria moveleira com o design brasileiro revela-se cada vez mais adequado aos mercados nacional e internacional. Isso porque este setor começa a entender que para competir no exterior é necessário buscar uma identidade própria. As ambições dos usuários incentivam investimentos em móveis com valores acessíveis que atendam necessidades econômicas e estéticas, abrindo portas para os novos designers da indústria moveleira brasileira.
“Os designers devem ser flexíveis e com uma visão ampla da sociedade para enxergar onde estão as novas oportunidades“, resume Gianfranco Pisaneschi, Diretor do IED Brasil – Istituto Europeo di Design, que oferece o curso de Design de Mobiliário Brasileiro em formato híbrido, em sua unidade carioca, com coordenação do designer Pedro Galaso. “Toda a imersão apresentada no decorrer do curso é voltado para os preceitos de sustentabilidade e inovação presentes no mercado”, diz Pisaneschi.
Pela primeira vez, o curso oferece o módulo Amazônia, em que os alunos vivenciam uma experiência real de produção com as comunidades locais na maior floresta tropical do mundo, propondo interação entre artesãos e empresas sustentáveis. “Apesar de sermos uma escola global, valorizamos e respeitamos as histórias e as comunidades locais, incentivando a diversidade e a espontaneidade dos criativos brasileiros e proporcionando uma visão mais ampla e miscigenada do design“.
O roteiro do intercâmbio do curso de 230 horas, que começa em 17 de outubro, inclui visitas em lugares como a Mil Madeiras, maior madeireira do Amazonas, e a RDS Uatumã, com roda de palestras e estrutura de uma movelaria para construção de um projeto. A viagem termina com uma imersão em uma propriedade de manejo florestal.
O corpo docente conta com nomes como o designer e curador Bruno Simões, o fotógrafo Denilson Machado, a jornalista Joana Dale, o designer Gustavo Bittencourt, a arquiteta e urbanista Heloísa Dallari, entre outros.
Identidade cultural brasileira
“Durantes as etapas de aprendizado do programa, os entusiastas da indústria moveleira, estudantes e profissionais participam de workshops práticos para explorarem diferentes matérias, texturas e formas que valorizam a identidade cultural do Brasil. O curso oferece a oportunidade de criar projetos autênticos e explorar a internacionalização do design, a partir de um portfólio diversificado e atraente no mercado. Quando me foi proposto a coordenação do curso me baseei em três pilares do design brasileiro: tecnologia, cultura através de nossos insumos e potencial fabril de todo o território. O intuito é minimizar as possíveis frustrações aos futuros designers, e uma vez conhecendo todo o potencial que o Brasil pode oferecer, os desenhos terão história e essência brasileira”, afirma Pedro Galaso, coordenador do curso de design de mobiliário brasileiro.
Durante o programa, os inscritos têm aulas de imersão ao design mobiliário na história, apresentação projetual, conhecimento em novos materiais, ergonomia, detalhamento projetual, sustentabilidade, além de se aprofundarem em design thinking e uso de tecnologias digitais para o desenvolvimento de projetos 3D realistas.