Banheiro Hutukara de Adriana Farias na CASACOR São Paulo 2024 conecta visitantes à natureza com design sustentável
Um banheiro que conecta os visitantes à natureza, levando-os diretamente a uma viagem para a Floresta Amazônica. Essa foi a inspiração da designer de interiores Adriana Farias no ambiente Hutukara, que assina para a CASACOR São Paulo 2024. “O nome do ambiente significa Mãe-natureza, Mãe-Terra na cultura Yanomami. É aquela que nos alimenta, nos acolhe, nos cura. Hutukara nos dá a vida, que é nosso maior presente”, explica a profissional.
A ideia ao trazer a floresta para dentro do banheiro de 37m² é criar a sensação de estar em meio à natureza para que os visitantes se sintam abraçados e envolvidos por toda essa atmosfera. Em sintonia com o tema da mostra deste ano, “De presente, o Agora”, a ideia da profissional foi resgatar a essência indígena para inspirar o cuidado com a natureza, usando, sim, seus recursos, mas com responsabilidade e foco na sustentabilidade. “Além disso, quis retomar as tradições e culturas de nossos antepassados, que nos libertam das amarras do mundo contemporâneo. Olhar para trás a fim de resgatarmos o legado dos nossos ancestrais, que viviam da natureza e davam a ela seu devido valor. E este legado que temos que deixar para as próximas gerações é que nunca nos esqueçamos de que nossa sobrevivência depende da Natureza direta ou indiretamente e que, por este motivo, devemos a ela respeito e cuidado.”
Para isto, a designer de interiores trouxe o teto curvo, pintado artisticamente que lembra a copa das árvores e o céu de uma floresta, como se os visitantes estivessem dentro da mata olhando para cima. “Propus isto tudo de forma poética, conduzindo os visitantes não somente a um sentimento de proteção, conforto e aconchego, mas também de responsabilidade pela preservação”.
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No ambiente, Adriana apostou na madeira Jatobá presente na Amazônia, que remete aos troncos das árvores.
A pedra escolhida para a pia foi o quartzito Vitória Régia, extraída na região Norte do Brasil, no acabamento escovado profundo (Deep). “Não por acaso, esta rocha traz os diversos tons da flor Vitória Régia que nasce e floresce nas águas do Rio Negro que banha algumas comunidades indígenas. A saia da pia tem forma orgânica, como tudo na natureza, e lembra o arredondado da planta”.
Na parede à direita da pia, há um grande painel formado por ladrilhos hidráulicos que representam os grafismos indígenas, uma arte que expressa pensamentos, experiências e vivências. “As duas cores escolhidas, terracota (extraída do urucum) e preto (extraído do carvão), são predominantes na arte e na pintura corporal dos indígenas. O piso instalado Maracangalha, da Portinari, tem o conceito de brasilidade e lembra um conglomerado de areia bem fina e delicada”, conta.
A profissional também estimulou os demais sentidos de quem adentra o ambiente: o olfato é aguçado pelo aroma fresco; o tato, pela textura da pia e do painel; a audição, pelos sons da natureza, de forma a fazer com que os visitantes possam se sentir inseridos nesta Floresta.
Adriana Farias – @dri_farias