A reforma desse apartamento de uma brasileira e de um suíço pressupunha um jeito de morar descomplicado, incluindo uma adega

Foi este o partido arquitetônico adotado pelo escritório brasileiro CR2 Arquitetura, comandado pelas arquitetas Clara Reynaldo e Cecilia Reichstul, para o projeto.

Com uma área de 230m², o programa pedia uma área íntima mais reservada, com quartos e escritório, e tanto sala quanto cozinha faziam parte do escopo de convívio familiar. Cozinhar para os amigos é um dos programas preferidos da família. A adega de vinhos, paixão do casal, foi o diferencial do projeto e fica no meio da sala, à vista de todos.

Segundo as arquitetas, o ambiente ganhou dimensão e importância no projeto. Com quase 4m², revestida de madeira freijó e com temperatura variável entre 14 e 16 graus Celsius, a adega abriga até 400 garrafas. Com variáveis muito específicas, a iluminação interna da adega, por exemplo, teve de ser planejada para evitar claridade e calor em excesso, por isso, optou-se por usar a iluminação feita com LEDs na parte de trás das prateleiras.

Para projetá-la no coração da casa, foram demolidas todas as paredes da sala e da cozinha – manteve-se apenas a caixa do elevador e o hall de entrada. A CR2 criou uma caixa em torno do elevador onde posicionou a adega e também os armários que se abrem para a cozinha e para o corredor, integrando o espaço aos outros ambientes. Além da paixão por vinhos, o perfil cosmopolita do cliente foi um importante referencial. Por terem morado em muitos lugares do mundo, onde se habituaram a receber amigos, cozinhar e beber é um dos programas preferidos da família.

A opção por um estilo de vida mais despojado, sem tantas compartimentações, nem excessos, determinou também as linhas mestras do projeto de interiores: limpo, funcional, quase sem ornamentação.

A laje descoberta durante a reforma estava bonita e foi mantida de forma aparente – em sinergia com a atmosfera minimalista da decoração. Já nas áreas íntimas, a descontração saiu de cena para dar espaço a um programa onde os espaços ficaram mais isolados.

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