Arquiteta explica quando, por que e como equipar a cozinha com elementos que otimizam e contribuem para a higiene e liberação do espaço

Definitivamente cozinha não se trata de rotina estigmatizada que dá trabalho e ocupa espaço. E isso não se refere apenas ao ato de preparar os alimentos, mas no entorno das atividades que movimentam qualquer coisa a ser realizada. De acordo com a arquiteta Cristiane Schiavoni, responsável pelo escritório que leva seu nome, o mercado tem oferecido muitas soluções que tornam o projeto de arquitetura do cômodo ainda mais bem-sucedido. “São itens que nos permitem deixar as tarefas ainda mais organizadas, deixando a bancada livre, independente do tamanho, e com aquela sensação de paz”, ressalta. Mas para usufruir desses benefícios, é importante estudar o projeto e as possibilidades a serem incluídas no decorrer da obra. “Não se tratam de acessórios adicionais colocados depois de tudo pronto, mas sim que fazem parte da estrutura concebida com motivos específicos”, destaca.

Segundo a profissional, o primeiro passo é estudar a funcionalidade de cada um deles para a vida dos moradores – uma medida que ajuda a evitar gastos desnecessários. “Se a pessoa quase não usa a sua cozinha, podemos seguir no tradicional e evitar esse investimento. A questão não está apenas na estética, mas sim na usabilidade”, explica Cristiane.

Entre os aparatos a serem instalados na pia da cozinha estão a calha úmida, um tipo de escorredor embutido para receber talheres, copos e pratos, dispenser interno para detergente, cuba ampla (duas fica ainda melhor!) acompanhada por uma cubeta de apoio; triturador de alimentos; tábua, escorredor e cestinhos para cuba de cozinha; torneira gourmet e touch e lixeira, entre outros.

Acompanhe mais detalhes sobre os acessórios dentro dos projetos executados por Cristiane Schiavoni:

Adeus escorredor de pratos!”, essa foi a afirmação da arquiteta ao ser indagada sobre a localização do acessório tão usualmente utilizado na maioria das residências brasileiras. Por meio do recurso da calha úmida, instalada próximo ao frontão da pia ou na lateral, o morador tem à disposição uma base que organiza as louças lavadas e que, ao mesmo tempo, evita o excesso de água que se acumula na base em função da água escorrida. Junto com o intuito de organizar o espaço e promover um visual mais clean, a peça de inox dispõe de um sistema de vazão que leva a água diretamente para o sifão ou a rede de esgoto. “É por isso que sua inclusão não pode ficar apenas para o final. Além de dimensionar o modelo ideal, temos uma infra a ser trabalhada”, explica.

Próximo à cuba, uma cubeta atua como apoio na hora de descascar e acomodar os alimentos, bem como inclui o bocal para o triturador de alimentos, um equipamento instalado na parte interna do armário com o propósito de descartar resíduos orgânicos de forma super higiênica. Ao moer restos de frutas, legumes, vegetais e comidas prontas, os restos são aptos a seguir para a rede de esgoto. “Vale ressaltar que materiais fibrosos e rígidos, como ossos, não são recomendados, pois interferem na vida útil. E, ao contrário do que muitos pensam, é completamente seguro para o dia a dia da família,” orienta Cristiane. Com o equipamento, praticidade e higiene são companhias constantes. “Por não ficarem acumulados em lixeirinhas, não temos o transtorno do mau cheiro, contaminação a aqueles mosquitinhos desagradáveis que rondam o ambiente”, ressalta.

Embalagem do detergente costuma ocupar espaço na pia e transtornos corriqueiros. Por isso, o dispenser embutido é a solução para acomodar o material de limpeza e propiciar um acionamento prático no momento da lavagem das louças. E em se falando de torneiras, entre as tantas opções, em um dos seus projetos a arquiteta investiu em um misturador touch a praticidade do extensor presente nas versões gourmet. “Com apenas um toque no metal o morador consegue ligar e desligar em segundos. A execução da lavagem fica muito mais eficiente”, menciona a arquiteta.

Com apenas 7m² e uma bancada com 2,10m de largura, em outro projeto de cozinha realizado por Cristiane recebeu toques especiais. Com pouco espaço para cortar os alimentos, ela incluiu uma tábua de madeira dentro da cuba“Com isso, essa área agregou mais um utilidade: ao retirar a peça, volta a estar apta para lavar”, esclarece. 

E a otimização não parou por aí. Ainda dentro da cuba, o encaixe na parte interna da cuba de um escorredor simplifica o manuseio e abre um espaço perfeito para a secagem das peças – quando a higienização termina. E ao lado do vão principal, uma cubeta com cestinho vazado dá um suporte e tanto quando o morador precisa lavar uma verdura e escorrer antes de levar ao fogão. “São atributos interessantes e que liberam espaço”, finaliza a arquiteta.

Cristiane Schiavoni –  www.cristianeschiavoni.com.br – @cristianeschiavoni