Reforma completa, com decoração integralmente nova em todos os cômodos, inspirada no estilo escandinavo, neste apartamento em Belém
A arquiteta Djanira Cabral e o marido compraram este apartamento de 96m², em Batista Campos (bairro de Belém, no Pará), para viver com o filho de 5 anos, mas, antes da mudança, decidiram fazer uma reforma geral, de todos os cômodos. “Antes da reforma, o apartamento tinha duas sacadas, sendo uma na sala de estar e a outra na suíte do casal. Após a reforma, integramos as sacadas a esses ambientes com a intenção de ampliá-los. Além disso, eliminamos o banheiro de serviço para ampliar a cozinha e a área de serviço”, conta ela.
Segundo Djanira, o conceito principal do projeto girou em torno da praticidade, a começar pela escolha do imóvel em um apart hotel que conta com serviço de hotelaria, porém com uma configuração de habitação. Além disso, o novo endereço fica bem próximo ao local de trabalho dela e do marido, da escola do filho e da região onde estão localizadas as principais lojas de construção e decoração da cidade.
O projeto de decoração também foi pautado pela praticidade e funcionalidade, de modo a facilitar a rotina diária da família. “O estilo escandinavo, que usamos como referência em muitos de nossos projetos, se encaixou perfeitamente no contexto do nosso novo lar. Suas linhas suaves e elegantes, a neutralidade na paleta de cores e o design consagrado serviram de pano de fundo para receber elementos do design e da arquitetura brasileira e regional, além da vegetação natural, indispensável para criar uma atmosfera aconchegante e relaxante, banhada pela iluminação natural de dia e iluminação quente e indireta à noite”, explica Djanira.
Como este apartamento representa uma nova fase de vida para a família, a arquiteta preferiu lançar mão de tudo novo e ter, assim, total liberdade para escolher cada detalhe da decoração. Os móveis, por exemplo, foram selecionados em coerência com o estilo adotado no projeto (escandinavo, com toques de brasilidade) e considerando ainda o fato de o apartamento ser relativamente compacto. “Priorizamos peças com linhas limpas, leves e geometricamente marcantes, compondo com texturas e sobretons. Um bom exemplo são as cadeiras de jantar CH24, clássico dos anos 50 assinado pelo designer dinamarquês Hans Wegner, conhecidas como Wishbone Chair. Outro móvel marcante são as três cadeiras Girafa, criação do trio brasileiro Lina Bo Bardi, Marcelo Ferraz e Marcelo Suzuki, que acrescentaram um toque do modernismo brasileiro ao projeto”, informa ela. “Já a cultura paraense está representada através dos quadros do artista local Zoca. Desta forma, podemos dizer que a multiculturalidade acontece de forma harmônica em um mesmo endereço”, acrescenta.
Na área social, a arquiteta apostou em paredes brancas para contrapor ao piso amadeirado, e acrescentou detalhes em tons terrosos, texturas e tramas nos tecidos e tapetes para finalizar com o verde da vegetação natural. “É o equilíbrio perfeito para quem busca um ambiente simples, elegante e, ao mesmo tempo, aconchegante”, resume Djanira.
Na cozinha integrada à sala, o conceito aberto contribui para as relações familiares acontecerem com mais facilidade e leveza. Por aqui, o estilo provençal dos armários se contrapôs ao estilo escandinavo dos outros ambientes e, ao mesmo tempo, trouxe um charme a mais para o projeto como um todo. Já a bancada de madeira foi uma escolha desafiadora, no entanto, indispensável para chegar ao resultado desejado. Afinal, a madeira requer cuidado redobrado para a preservação e manutenção do material, mas era fundamental para alcançar a estética proposta pelo projeto.
Na suíte do casal, a integração com a sacada trouxe mais conforto, amplitude e iluminação natural para o dormitório, enquanto a composição dos materiais de acabamento deixou o ambiente mais acolhedor. Já o guarda-roupas baixo, com prateleiras em cima, atendeu a necessidade funcional de armazenamento, sem pesar visualmente no ambiente, o que aconteceria com um armário convencional.
Outro destaque no projeto é o espaço que originalmente era destinado a uma pequena sala de jantar e virou um canto alemão, com aquário plantado embutido na marcenaria. “É um ambiente multiuso para estudo, escritório ou apoio à sala de jantar em dias de casa cheia de amigos ou familiares”, finaliza a arquiteta Djanira Cabral.
Djanira Cabral Arquitetura – @djaniracabralarquitetura