O envidraçamento é a vedação que protege contra as variações climáticas, enquanto mantém a paisagem visível para os moradores
Favorecendo a conexão entre os ambientes externo e interno, as varandas são um ponto de integração entre o lar e o ar livre. Assim, é cada vez mais comum que esse seja um recurso arquitetônico que chame atenção no momento de adquirir um imóvel ou de se mudar para um. Responsável por emoldurar o exterior, o envidraçamento das varandas vem ganhando mais força devido aos novos edifícios que já possuem um projeto próprio para suportar o peso das peças de vidro.
Comumente esse tipo de fechamento se faz necessário quando existe uma integração do ambiente interno com o externo, como as varandas e as áreas internas de um apartamento. Através do envidraçamento, existirá uma vedação contra as ações do tempo, como vento, chuva e até mesmo frio e calor. Além disso, a paisagem não é bloqueada e continuará sendo admirada por quem estiver no espaço.
Deixando de ser apenas um detalhe, o envidraçamento é um componente importantíssimo para a concepção do projeto de arquitetura de interiores, afinal através do recurso, o imóvel ganha uma sensação de amplidão e alguns metros de área, já que não se faz mais necessário a divisória entre os ambientes. Com a grande incidência de luz natural, a área também se torna ideal para o cultivo de plantas e para a criação de ambientes de estar nas varandas, com sofás e poltronas.
Confira, a seguir, algumas informações e dicas importantes com base nos projetos executados pela arquiteta Daniela Funari:
Cuidados e manutenção
Para que o envidraçamento seja efetuado com o máximo de cuidado e possa exercer sua funcionalidade, tanto estética quanto prática, alguns cuidados são essenciais, como ressalta a arquiteta Daniela Funari: “É sempre necessário seguir as normas do condomínio. Tanto para esse tipo de instalação, quanto para qualquer outra”, orienta sobre a instalação. “É necessário também ter uma ART exclusiva desta instalação por parte da empresa responsável”, completa a profissional.
Normalmente, o recomendado é empregar vidros laminados com 12mm de espessura e com uma estética que acompanhe o padrão do condomínio, uma vez que se tornam parte da própria fachada do edifício.
Muitas dúvidas surgem quando o assunto é o envidraçamento em prédios mais antigos. Sobre o tema, Daniela Funari explica que os prédios mais novos possuem projetos prontos, especificando a quantidade de vidros, locais de abertura, cores e até especificação das persianas. Já para prédios antigos, é necessário checar se existe um estudo aprovando a carga extra de peso na varanda e, em caso positivo, seguir o padrão de fechamento proposto pelo condomínio e por profissionais qualificados para a função. “Caso não a estrutura não permita, infelizmente o fechamento não poderá ser realizado”, determina.
Para a manutenção, alguns cuidados recorrentes são necessários, como a abertura e o fechamento, sempre movimentando o vidro pelo centro. “Com isso, a força é espalhada igualmente pelos trilhos superior e inferior, sem sobrecarregar qualquer um dos sistemas”, esclarece a arquiteta. Dessa maneira, é primordial considerar o suporte com uma empresa responsável e renomada, que atenda a longo prazo, uma vez que, com o tempo, a manutenção é natural e indicada.
As persianas
Coadjuvante, porém não menos essencial, a persiana garante a privacidade e o controle da iluminação natural proveniente do ambiente externo. Nesse contexto, é muito comum que o próprio condomínio indique as especificidades da persiana, recomendando inclusive a tonalidade e quantidade, sendo fundamental seguir essas resoluções. “Quando permitido, em salas e quartos integrados às varandas, gosto de propor atrás da persiana a instalação de cortinas de tecido, pois trazem mais sofisticação e acolhimento ao ambiente”, indica Daniela sobre a composição entre persianas e cortinas, provendo um toque diferenciado ao décor.
“Eu sempre indico a tela solar com 3% de passagem de iluminação e o ideal é que ela seja instalada de forma transpassada para assegurar a vedação dos vãos entre elas”, finaliza a arquiteta sobre o tema. Ademais, existe a possibilidade de instalar persianas automatizadas, controladas por controle remoto e com outras funções disponíveis, dependendo do modelo, como o blackout total ou parcial.
Daniela Funari Arquitetura – @danielafunariarquitetura