De novembro/2018 a janeiro/2019, a potência da obra de Athos Bulcão poderá ser conferida na maior exposição já realizada sobre o artista.

A mostra revela todo o seu processo criativo e permite a participação dos visitantes a através de um aplicativo especial. O universo da obra de Athos Bulcão compreende muito mais do que a azulejaria, que o notabilizou no Brasil e no mundo. Seu legado artístico é notável também nos desenhos, nas pinturas, nas fotomontagens, nos cenários e figurinos e na estreita relação que o artista estabeleceu entre arquitetura e arte.

É essa diversidade de trabalhos e técnicas que compõem a mostra “100 Anos de Athos Bulcão”, que será exibida de 7 de novembro a 25 de janeiro de 2019, no CCBB Rio. A exposição, que celebra o centenário de nascimento de Athos Bulcão, é a maior já realizada sobre o artista, com mais de 300 trabalhos. E, ao longo do ano, já percorreu as unidades do CCBB Brasília, Belo Horizonte e São Paulo.

Com curadoria de Marília Panitz e André Severo, a exposição oferece ao espectador a possibilidade de conhecer a inventividade poética de produção de Athos Bulcão em todas as formas de arte trabalhadas por ele. Muitos dos trabalhos – realizados entre os anos de 1940 e 2005 – são inéditos.

Dividida em núcleos, “100 anos de Athos Bulcão”, além da azulejaria, destaca também a pintura figurativa do artista realizada nos anos 1940 e 1950, antes de Brasília. “A série dos carnavais e sua relação com a pintura sacra é extraordinária” afirma Marília Panitz, ao revelar que Athos Bulcão utilizou uma mesma estrutura composicional para trabalhos sacros e profanos, citando como exemplo A Vida de Nossa Senhora, que está na Catedral do Distrito Federal.

A mostra contém ainda os croquis que Athos Bulcão fez para o grupo de teatro O Tablado, os figurinos das óperas Amahl e Os Visitantes da Noite de Menotti, paramentos litúrgicos modernistas, grande acervo de seu trabalho gráfico e até os lenços que desenhou quando estava em Paris. No Rio, o artista tem várias obras espalhadas pela cidade: os painéis de azulejos no Sambódromo, na Fundação Getúlio Vargas e no Hospital da Lagoa, a fachada do edifício de apartamentos na Rua Cupertino Durão, o Hotel Hilton no Leme e o Rio Atlântica Hotel, além de outras obras em residências e condomínios privados.

Outro aspecto relevante da exposição é a interatividade, desenvolvida a partir do caráter urbano e democrático da obra pública de Athos Bulcão inserida nas cidades. Através de um aplicativo criado especialmente para a mostra, o público poderá apropriar-se de projetos do artista, escolhendo padrões e cores para aplicá-los em locais públicos. Um bom exemplo são os Arcos da Lapa.

“100 anos de Athos Bulcão” contextualiza a trajetória do artista, a conexão entre suas obras e um adensamento em sua poética. Da sua inspiração inicial pela azulejaria portuguesa, do aprendizado sobre utilização das cores, quando foi assistente de Portinari, até as duradouras e geniais parcerias com Niemeyer e João Filgueiras Lima, o Lelé. – Para nós, que divulgamos e preservamos seu legado, é sempre uma alegria homenagear o talento desse homem discreto, preocupado especialmente em harmonizar e compor o trabalho do arquiteto na integração de sua arte, mas que também se engrandece quando envolvido em telas, tintas e pincéis, produzindo um dos mais destacados repertórios da arte brasileira – afirma Valéria Cabral, secretária executiva da Fundação Athos Bulcão.

Serviço:

100 anos de Athos Bulcão
Visitação: De 7 de novembro de 2018 até 25 de janeiro de 2019
Entrada franca | Livre para todas as idades
Horário de funcionamento: de quarta a segunda, das 9h às 21h

Com patrocínio do Banco do Brasil
Produção: 4 Art Produções Culturais | Curadoria: Marília Panitz e André Severo