Museu do Amanhã é o primeiro museu brasileiro a vencer o prêmio internacional MIPIM na categoria “Edifício Verde Mais Inovador”

Marco da revitalização da Região Portuária do Rio de Janeiro, o museu tem, entre seus diferenciais, a tecnologia empregada na captação da energia solar e o uso das águas geladas do fundo da Baía de Guanabara no sistema de ar-condicionado. Os vencedores da edição 2017 foram anunciados no dia 16 de março em Cannes, na França.

“Estamos muito felizes por mais este reconhecimento que recebemos. A premiação coroa um esforço constante do Museu do Amanhã em aliar inovação e sustentabilidade. Além de incentivar a discussão sobre assuntos como utilização da energia solar e a recuperação da Baía de Guanabara no nosso dia a dia, a intenção desde o início era incorporar esses temas ao próprio edifício. E o resultado anunciado hoje mostra que estamos no caminho certo”, comemora Ricardo Piquet, diretor-presidente do Museu do Amanhã.

O Museu do Amanhã superou concorrentes como a sede da Siemens, em Munique; o edifício residencial 119 Ebury Street, em Londres; e a fábrica da Värtan Bioenergy, em Estocolmo, na categoria “Edifício Verde Mais Inovador”. Com mais de dez reconhecimentos internacionais, o Museu do Amanhã vem conquistando notoriedade global. Em 2016, o “Oscar dos Museus”, prêmio britânico Leading Culture Destinations Awards, elegeu a instituição carioca como o “Melhor Novo Museu do Ano”. O Amanhã também subiu ao pódio com uma medalha de ouro e duas de bronze no International Design & Communication Awards (IDCA), no Canadá.

Criado em 1991, o Prêmio MIPIM é uma competição internacional que seleciona os mais notáveis projetos já construídos ou em fase de construção em todo o mundo. A premiação é realizada durante a feira MIPIM, maior evento do mercado imobiliário do mundo. A cerimônia foi realizada no Palácio dos Festivais (onde também acontece o Festival de Cinema de Cannes).

Em 2016, as diretrizes sustentáveis do Museu do Amanhã também foram reconhecidas com o selo Ouro da certificação LEED (Leadership in Energy and Environmental Design ou Liderança em Energia e Projeto Ambiental, em português), concedida pelo Green Building Council – principal instituição americana na chancela de edificações verdes. Foi o primeiro museu do país a obter este reconhecimento no segundo mais alto nível de classificação – são quatro: certificado, prata, ouro e platina.

O Museu do Amanhã tem arquitetura sustentável que dialoga com seu conteúdo. Assinado pelo arquiteto espanhol Santiago Calatrava, o projeto é voltado para o melhor aproveitamento de recursos naturais da região. A tecnologia empregada na captação da energia solar e o uso das águas geladas do fundo da Baía de Guanabara no sistema de ar-condicionado estão entre seus diferenciais. A estimativa é que, por ano, sejam economizados 9,6 milhões de litros de água e 2.400 megawatts/hora (MWh) de energia elétrica, o que seria suficiente para abastecer mais de 1.200 residências.

A água da Baía é captada pelo museu com duas finalidades: para abastecer os espelhos d’água e para o sistema de refrigeração, onde é utilizada na troca de calor. Depois de passar por filtragem de sólidos e usada na climatização do Museu, é devolvida ao mar. O uso racional da água também se dá no tratamento e na reutilização das águas de pias, lavatórios, chuveiros e chuvas, além do volume proveniente da desumidificação do ar (o “pinga-pinga” do ar condicionado) – que sozinho pode render até 4 mil litros de água ao dia.

Parte da energia utilizada no edifício é gerada pela captação de energia solar: as grandes estruturas de aço instaladas em sua cobertura móvel servem de base para placas fotovoltaicas e, ao longo do dia, se movimentam como asas para acompanhar o posicionamento do sol. O projeto também prioriza a entrada de luz natural. Já o projeto de paisagismo, assinado pelo escritório Burle Marx, traz espécies nativas, que necessitam de pouca rega, ressaltando a vegetação típica da região costeira da cidade – são mais de 5.500 metros quadrados de área de jardins.

Medidas voltadas para sustentabilidade ambiental foram adotadas desde o início da construção do museu, com a redução e correta destinação de resíduos para reciclagem – sobras das estacas das fundações, por exemplo, foram utilizadas na construção dos barracões usados na obra. Foram poupadas toneladas de aço com essa ação. A seleção de materiais também seguiu critérios ambientais, dando preferência a materiais com componentes reciclados, baixa toxidade, alta durabilidade e produzidos próximos ao local da obra, além da utilização de madeira certificada FSC.

www.museudoamanha.org.br