A busca pela fluidez dos espaços com grandes panos de vidro foi alcançada com uma planta mais reta e ortogonal
Os clientes são mineiros e moram em São Paulo há muitos anos. A casa na praia, situada no Condomínio Tijucopava – Guarujá, propicia encontros com familiares e amigos. Por isso, o pedido foi bem específico e generoso em relação à quantidade de quartos: queriam sete quartos. Fizemos seis deles no andar superior, com acesso direto pela rua, e um no andar da praia, sendo que este pode ficar aberto ou fechado para a sala. Quando aberto funciona como uma sala de televisão para as crianças.
Antes a casa contava apenas com quatro quartos. Com maior número de suítes, os clientes podem receber vários amigos e parentes ao mesmo tempo e, dessa forma, cada família tem a privacidade adequada.
Havia uma vista sensacional que não era usufruída por completo, pois antes da reforma a casa era muito compartimentada com vários ambientes e da rua não era possível vermos o mar. A busca pela fluidez dos espaços com grandes panos de vidros foi alcançada com uma planta mais reta e ortogonal.
Um espaço mais clean e com menos obstáculos visuais nos deixam em paz; para contribuir com essa sensação de bem-estar, escolhemos materiais que trouxeram leveza: usamos materiais claros como o mármore travertino romano no piso e paredes brancas.
A piscina já ficava bem em frente ao mar, mas alteramos suas proporções, deixando-a mais longilínea, reduzindo sua largura para que o espaço de circulação e lazer fosse mais amplo. Criamos um spa próximo à praia e, com isso, circulação ficou mais agradável, principalmente na área entre o quiosque e a piscina.
Criamos uma área com pé-direito duplo fazendo com que a casa tivesse volumes mais interessantes do ponto de vista arquitetônico. Nesse pé-direito duplo colocamos um forro de madeira para enfatizar a diferença de altura e tratamento de volumes. Além do pé-direito ser duplo, a cobertura desse espaço é mais alta que o restante. Então há um telhado solto em relação ao outro volume da casa e esse volume mais alto foi revestido externamente de tijolo. Já a parte mais baixa da casa recebeu pintura branca e vários beirais para proteção das janelas, criando também algumas perspectivas bastante interessantes.
Para a porta de entrada principal usamos madeira de demolição. A mesma madeira foi usada no home-theater, que trouxe uma textura agradável e acolhedora ao projeto. Colocamos uma porta de vidro na entrada do andar superior, que acessa diretamente os quartos. A ideia é que o hóspede possa entrar com suas malas sem precisar subir a escada. A escolha em fazer essa porta em vidro veio da intenção de vermos a praia a partir da rua; queríamos uma visão do infinito, de uma profundidade totalmente livre de barreiras. A visão do infinito foi sempre o grande objetivo do projeto. Poderíamos fazer uma analogia a como uma vida sem barreiras, sem obstáculos. Era esse o significado intrínseco a essa escolha. Os brises colocados na lateral dessa grande entrada foi projetado para proteger a casa da grande incidência do sol nessa fachada (oeste).
Uma solução em planta que fizemos para que essa porta fosse mais larga foi reduzirmos um pouco a largura dos dois primeiros quartos de hóspedes. Com isso o corredor não segue totalmente em linha reta, ele segue em uma diagonal até o final dos dois primeiros quartos. Mesmo sendo esses dois quartos um pouco menores que os demais, mantivemos proporções generosas, garantindo quartos amplos e confortáveis. Esses dois primeiros quartos também estão em outro nível em relação aos demais. Queríamos uma casa não muito alta em relação à rua para que a proporção ficasse harmoniosa em relação à sua largura.
Vivi Cirello Arquitetura e Interiores – www.vivicirello.com.br – @vivicirelloarq