Projeto confere fluidez à área social integrada à varanda e incorpora ao décor tons de verde emprestados do paisagismo ao visual dos interiores
Sala de estar com TV, jantar e um generoso hall, com direito a galeria de arte e espaço para a adega, definem a área social da casa, reformada pela arquiteta Gigi Gorenstein, à frente do escritório que leva seu nome. Os ambientes integrados e se abrem totalmente para o jardim graças às portas de correr de vidro. Em seu projeto, a arquiteta tratou de ressaltar a conexão entre dentro e fora, além de incorporar ao décor elementos do repertório e da memória afetiva dos moradores a fim de criar uma atmosfera de aconchego. “Eliminei excessos, apostei num mobiliário de linhas retas para transparecer leveza, escolhi uma base de tons neutros e usei objetos trazidos de viagens para acrescentar personalidade ao visual”, explica a profissional.
Arte e vinho dão as boas-vindas
Quem entra na casa logo percebe a sensação de acolhimento. Pintada de verde-folha, a parede do hall traz para o interior um pouco do clima e do colorido da área externa, além de emoldurar a escada que leva ao segundo pavimento. A tonalidade profunda também valoriza a trama da escultura de macramê Oslo, feita de cordas pelo Studio Drê Magalhães. Na outra parede, a composição de quadros revela o gosto dos moradores por inserir pitadas de arte no dia a dia.
A poltrona e os banquinhos distribuídos pelo espaço servem para acomodar quem quiser parar por aqui mesmo e saborear uma dose de vinho. Afinal, estamos diante do home bar projetado pela arquiteta: uma torre de marcenaria, produzida sob medida pela SCA Jardim Europa e equipada com adega e frigobar. Gigi utilizou a mesma linguagem vertical no desenho da cristaleira, executada por uma serralheria e fechada por vidro, de modo a manter exposta a preciosa coleção de taças do casal.
Sofá para se jogar
Na sala de TV, a ideia é relaxar, por isso o estofado escolhido para o local já sugere a postura ideal para as sessões de filmes e jogos: com os pés para cima e bem à vontade. O sofá conta com um módulo em formato de chaise e um pufe solto, que pode ser acoplado ao conjunto ou não, trazendo versatilidade. Aqui, mais uma vez, Gigi faz referência ao paisagismo lá fora ao adotar um tecido em tom de verde para revestir uma das peças. “Esse tipo de recurso enfatiza a conexão com a natureza, que está a um passo de distância. A sala se abre para um grande jardim e os espaços ao ar livre, criados pela paisagista Catê Poli, onde os moradores encontram recantos de contemplação”, explica a arquiteta.
Como a paisagem é a atração principal, houve o cuidado de manter o visual da sala sem interferências incômodas. Todas as instalações eletrônicas foram embutidos durante a reforma para não deixar a fiação à mostra. Acima do rack da SCA Jardim Europa, a TV parece flutuar em frente à parede, que recebeu acabamento com efeito de cimento queimado. A programação na telinha também pode ser acompanhada por quem está na sala de jantar, mais ao fundo. Sobre o piso, o tapete com estampa chevron abraça o ambiente, garantindo unidade visual à sala. Os tons da peça seguem a paleta do restante do décor.
Contato diário com a natureza
As portas laterais da sala dão acesso à varanda aberta, dividida em dois ambientes pensados para receber a família e os amigos. Cercada de cadeiras bordô, a mesa redonda é o local para cafés ao ar livre. Pufes azul-turquesa (Hio), feitos de material próprio para ficar exposto ao tempo, compõem uma área de estar sobre o piso drenante. O projeto do jardim leva a assinatura da paisagista Catê Poli, que criou um mix de plantas de diferentes portes, tons de verde e texturas, como filodrendo ondulado, maranta charuto e bambu-mossô reto. Nesse espaço a céu aberto em plena metrópole, os moradores desfrutam de momentos de bem-estar que o contato com a natureza proporciona.
Em busca da luz na sala de jantar
Para aproveitar melhor a entrada de luz vinda dos painéis de vidro, que tomam do piso ao teto, a arquiteta fez uma mudança no layout da sala de jantar. Agora, a mesa retangular e o balcão com banquetas ficam paralelos à abertura para a área externa. No teto, a fileira de pendentes instalados acima do tampo segue a mesma orientação, o que ressalta a horizontalidade no ambiente. Pronta a acomodar oito convidados com conforto, a mesa tem tampo de vidro, material fácil de manter e atemporal.
“A solicitação era uma mesa que coubesse muita gente, pois só a sala não comportava. Então optamos por uma mesa de medida grande e o tampo de vidro para manter a leveza do ambiente, além de que nunca sai de moda e se adapta a diversos estilos de decoração”, finaliza Gigi.
Arquitetura: Gigi Gorenstein – @gigigorenstein_arquitetura
Paisagismo: Catê Poli – www.catepoli.com.br – @cate_poli_paisagismo