A arquiteta Carolina Gava comanda uma reforma estrutural em uma casa de 400m², solucionando problemas de infiltração e modernizando o espaço.

Uma mulher de 55 anos, com duas filhas jovens universitárias, já morava nesta casa de 400m² com dois pavimentos (sobre um terreno de 455m²), em Alto de Pinheiros (SP), quando decidiu chamar a arquiteta Carolina Gava para comandar uma nova reforma. “A casa apresentava inúmeros problemas de infiltração, além de soluções construtivas mal resolvidas, propostas por outros profissionais, que a incomodavam bastante”, conta Carolina. “Com a ajuda de uma construtora, fizemos uma reforma estrutural grande para controlar a umidade vinda do solo, que é excessiva pela proximidade do Rio Pinheiros, e resolver os problemas de infiltração na cobertura, que acabamos substituindo por uma nova”, acrescenta ela.

Com a reforma, a planta da casa sofreu algumas alterações. A suíte da moradora, por exemplo, dava para um terraço enorme subutilizado, que foi ocupado, de um lado, por uma estrutura metálica preta com teto de vidro transparente (com ambiente de estar, balanço, mesa para refeições e lareira) e, do outro lado, por um deck de madeira com chaise longue e chuveirão, conectado ao banheiro. “É um espaço de relaxamento e lazer da própria moradora, onde ela também pode receber os amigos mais íntimos”, pontua Carolina. “Já a varanda coberta do piso térreo, de frente para a piscina e ao lado da churrasqueira, é destinada ao convívio familiar e também para receber os amigos das filhas”, acrescenta ela.  Repare ainda que terraço superior ganhou uma escada externa de metal preto que vai até o gramado entre a piscina e a varanda do térreo.

Na decoração, a cliente pediu para harmonizar as peças de mobiliário, fotografias e objetos que já tinha (muitos herdadas de família) com as novas aquisições, de estilo contemporâneo, e soluções de marcenaria projetadas sob medida. “Todos os cômodos eram habitáveis, mas pareciam incompletos. Já o escritório e o quarto da filha fizemos do zero”, informa a arquiteta.

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Nas salas de estar e jantar, entre as peças de acervo que foram reaproveitadas, Carolina destaca a cristaleira pequena, o par de poltronas, a poltrona com banqueta, a mesa de jantar e, sob ela, o tapete persa. Na suíte da moradora, a cômoda preta e as mesinhas também já existiam e foram mantidas. Entre as peças novas, a arquiteta destaca o sofá de veludo azul marinho, a mesa de centro (modelo Cortén, de Silvio Romero), as cadeiras de jantar (modelo Orquídea, de Rejane Carvalho Leite) e o tapete do estar. “As fotos em preto e branco emolduradas e expostas acima do sofá são da fazenda onde a cliente passou a infância e estavam sem destino na casa”, diz a arquiteta. Portanto, o projeto de interiores é um mix de estilos e épocas que reflete a personalidade e o gosto da cliente, sem a preocupação de seguir um padrão estético bem definido. No geral, as paredes são lisas, pintadas de branco, e o piso em madeira, por ser um material nobre, atemporal e trazer aconchego aos espaços.

Uma curiosidade sobre este projeto é que havia uma árvore no terreno precisou ser removida (com as devidas regulamentações e compensação de replantio), pois suas raízes quebravam a calçada e colocavam tanto o muro do vizinho como a estrutura da casa em risco. Com ajuda do designer Hugo França, o tronco dessa árvore deu origem a três móveis esculpidos em madeira maciça: o banco na lateral da piscina e a mesa de centro e a poltroninha que ambientam o estar do terraço, no piso superior.

Carolina Gava Arquitetura – @carolinagavaarquitetura
Deborah Apsan Produção – @debbieapsan