Para quem iniciará o processo de ter sua casa, sozinho, o orçamento enxuto delineia decisões, soluções práticas e criativas
Em momentos pontuais, chega a hora de decidir pelo morar sozinho. Seja no início da vida adulta, quando a vontade de sair da casa dos pais e iniciar uma vida autônoma aflora, ou após um divórcio, que indica a hora de começar uma nova etapa, muitas decisões solitárias são tomadas. Desde a escolha do imóvel – alugado ou comprado –, até a decoração, esse processo, para muitos, é desafiador.
Para a arquiteta Marina Carvalho, à frente do escritório que leva seu nome, planejamento é a palavra-chave para conquistar um imóvel alinhado com o estilo almejado, adaptado com as necessidades do futuro morador e com o orçamento, muitas vezes, mais apertado. “Escolher os móveis não é uma tarefa tão simples e depende de um olhar que engloba a personalidade, gostos e necessidades. Tudo deve ser muito bem avaliado”, indica.
Mobiliando e equipando a casa
A profissional relata que o primeiro passo é ter em mente o investimento disponível para a aquisição de tudo o que se precisa. “Em muitas ocasiões, a verba não permite comprar todos de uma vez. Assim, escalonar e elaborar uma ordem de prioridades é um caminho interessante”, orienta. Quando esse for o cenário, o olhar deve ser voltado à compra daquilo que é essencial para a vida doméstica. Na cozinha e área de serviço, por exemplo, eletrodomésticos como geladeira, fogão e máquina de lavar não dá para abrir mão.
Passando para o mobiliário, o emprego de peças versáteis, que cumprem mais de uma função, é um critério que ajuda a realizar escolhas certas. Mas antes disso, medir os espaços coopera com a estratégia de evitar gastos desnecessários, comprar apenas o que for crucial e não errar nas dimensões. “Uma dica interessante é decorar por completo um ambiente por vez”, indica a arquiteta.
Aproveitando cada espaço
Como a casa de quem mora sozinho geralmente possui uma metragem reduzida, algumas soluções podem fazer os espaços renderem mais. A integração dos ambientes é uma maneira de acrescentar mais amplitude para os cômodos e, com isso, surge a necessidade trabalhar a essência de cômodos multifuncionais, como uma cozinha conectada com sala de estar.
Segundo a especialista, a arquitetura de interiores conta com diversas estratégias para demarcar espaços sem precisar das paredes e utilizando a própria disposição da mobília. Além disso, peças polivalentes exercem mais de uma função, como uma banqueta que serve tanto para se sentar, como também faz as vezes de uma mesinha lateral ou de apoio. “Um aparador é perfeito para separar a sala de estar do jantar”, alega.
Decoração
Uma das vantagens de morar sozinho está justamente na decisão autônoma que reflete exatamente as preferências do morador. Com tantas decisões a serem tomadas, pode surgir a dúvida de por onde começar a decoração. Como cada espaço tem a sua função, os itens decorativos podem variar, precisando de um cuidado especial.
Quem gosta de cozinhar, por exemplo, almeja uma cozinha prática e funcional. Já quem é colecionador não pode deixar de reservar um espaço para armazenar e expor os itens da coleção. “Sempre indico começar a decoração pelo cômodo que é o principal para o cliente. Então, se for uma pessoa que prioriza a sala, é por aqui que devemos iniciar. Com isso já damos um grande passo em relação ao décor do imóvel”, comenta a arquiteta.
Utilize a tecnologia a seu favor
Marina afirma que alguns equipamentos e produtos acabam facilitando a vida de quem mora sozinho. Grande parte deles foi pensado para tornar algumas tarefas mais práticas ou mais divertidas, já que não existe mais ninguém para dizer o que é certo e o que é errado, possibilitando que o morador faça tudo do seu jeito. “Eu sou uma pessoa que gosta muito de tecnologia, então sempre indico um aspirador robô e máquina de lavar louça, entre outros produtos. Esses itens que agilizam a vida e são fundamentais para quem mora sozinho”, finaliza a arquiteta.
Arquiteta Marina Carvalho – www.marinacarvalho.com – @marina.carvalho.arquiteta